A bicicleta invisível que resolveu o trânsito urbano
A cidade sempre sofreu com congestionamentos, buzinas intermináveis e poluição visual causada por longas filas de carros. Mas, de repente, uma invenção curiosa apareceu como promessa de revolução: a bicicleta invisível. Ninguém consegue vê-la, mas todos garantem que ela existe. O ciclista sobe, sente o selim que não está lá, pedala sobre rodas transparentes e, por alguma razão inexplicável, consegue atravessar avenidas sem que ninguém perceba seu deslocamento. Motoristas juram sentir um vento passar por eles, e alguns afirmam ouvir o tilintar de uma campainha que não se vê, como se fosse o sussurro de um futuro mais leve.
As autoridades municipais adotaram rapidamente a novidade. As ciclovias agora parecem sempre vazias, mas na verdade estão cheias de gente imaginando o próprio trajeto. Os jornais estampam fotos de ruas sem bicicletas visíveis, proclamando sucesso absoluto no combate ao trânsito. No entanto, a população tem dividido opiniões. Há quem diga que a invenção trouxe mais harmonia para a cidade, pois reduz discussões entre motoristas e ciclistas, já que um nunca consegue ver o outro. Outros reclamam que, sem referência visual, as buzinas se multiplicaram: ninguém sabe ao certo se está buzinando para um carro, para o vento ou para uma bicicleta fantasma.
Mesmo com críticas, o projeto segue em expansão. Escolas já ensinam crianças a pedalar imaginando uma bicicleta invisível, e o governo estuda subsídios para cidadãos que se comprometerem a não ocupar espaço físico com meios de transporte palpáveis. Para os entusiastas, a bicicleta invisível não é apenas um veículo: é um símbolo de futuro sustentável, onde a mobilidade depende menos da máquina e mais da imaginação. Afinal, quem precisa ver rodas para acreditar que está avançando?