O dia em que uma abóbora ensinou gestão de tempo
Na manhã de uma reunião que prometia ser longa e improdutiva, uma abóbora esquecida em cima da mesa acabou roubando a cena. Não havia PowerPoint, nem cronogramas rígidos capazes de competir com a serenidade daquele vegetal alaranjado. O grupo de executivos, que costumava falar de metas trimestrais em tom urgente, passou a observar a abóbora como se ela fosse um oráculo de produtividade. Foi aí que alguém comentou: “Ela não tem pressa. Cresceu no tempo dela, amadureceu sem correr. Talvez este seja o segredo.” E, naquele instante, a sala inteira silenciou, percebendo que cronogramas não precisavam ser maratonas, mas colheitas planejadas.
A partir desse momento, nasceu a chamada “Gestão Aboboral Integrada”. Os papéis na mesa foram reorganizados em círculos, os relatórios ganharam colorações que lembravam hortas e cada meta passou a ser associada a um vegetal. A cenoura virou símbolo de prazos curtos, a batata representava os bastidores escondidos de cada projeto e a abóbora, naturalmente, se tornou a referência para os objetivos de longo prazo, aqueles que exigem paciência. Relatórios, antes engessados em tabelas, foram apresentados em saladas ilustradas; um balanço financeiro chegou em forma de receita, e ninguém estranhou. Pelo contrário: investidores elogiaram a ousadia, e o RH comprovou, em pesquisa interna, que a simples presença de um legume robusto na mesa de trabalho aumentava o bem-estar coletivo em 27%.
Com o tempo, a abóbora ganhou crachá, foi fotografada em eventos corporativos e chegou até a “palestrar” em uma conferência internacional de inovação, onde permaneceu imóvel no púlpito, arrancando aplausos emocionados. Hoje, quando alguém se atrasa na entrega de um relatório, não recebe cobranças: recebe uma fatia de torta de abóbora acompanhada da frase “o tempo também precisa cozinhar em fogo baixo”. Assim, um simples acaso virou cultura organizacional e lembrete diário de que maturar com calma também é uma forma de produtividade.